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O que é Transtorno do Pânico
No transtorno do pânico, ocorrem crises recorrentes que duram alguns minutos, com palpitações ou ritmo cardíaco acelerado; sudorese; tremores ou abalos; sensação de falta de ar ou sufocamento; sensação de asfixia; dor ou desconforto torácico; náuseas ou desconforto abdominal; sensação de tontura, instabilidade, vertigem ou desmaio; desrealização (sensação de irrealidade) ou despersonalização (estar distanciado de si mesmo); anestesia ou sensação de formigamento e calafrios ou ondas de calor. A pessoa pode ter a sensação de um infarto e muitas vezes recorre a um serviço de emergência. Nesses casos, normalmente, ela é encaminhada para um serviço de psicoterapia e/ou psiquiatria. A pessoa vivencia, ainda, os sintomas psíquicos, como sensação de morte iminente, de estar enlouquecendo ou de perder o controle, além de medo e angústia muito intensos.
Por tudo isso, é importante procurar psicoterapia, pois as crises dizem que algo interno não está bem com você. Caso elas venham a ocorrer com frequência, podem afetar sua vida a ponto de desenvolver um quadro de depressão, devido ao isolamento e à sensação de falta de controle e incapacidade.
O transtorno do pânico é mais intenso e imprevisível que a ansiedade. Na maioria dos casos, as crises de ansiedade costumam ter um gatilho motivador (um desafio, uma situação de estresse), já as crises do transtorno do pânico acontecem a qualquer momento. Quem sofre por longo tempo com crises de ansiedade graves pode ter ataques de pânico, mas é preciso haver a presença da sintomatologia do transtorno do pânico para caracterizá-lo.
Principais sintomas do ataque de Pânico
“Como sei se tive um ataque de pânico?” A lista de sintomas oficiais do transtorno do pânico é extensa e deve ser analisada por um profissional da saúde mental. Vamos destacar apenas oito sintomas frequentes e característicos que, quando ocorrem simultaneamente, costumam configurar um episódio de ataque de pânico. São eles:
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Falta de ar (com o peito pesado)
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Dor no peito (sensação de peito apertado)
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Taquicardia (aumento repentino do ritmo dos batimentos cardíacos, palpitações)
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Desmaio ou tontura (sensação de fraqueza, de iminência de perda dos sentidos)
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Suor intenso (sensação de muito calor, ou suor frio, calafrios como num estado febril)
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Formigamento nas mãos
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Medo agudo de um suposto perigo iminente e/ou medo de morte
Se tiver apresentado, ao mesmo tempo ou dentro de um período de 5 a 20 minutos, todos ou grande parte desses sintomas, é muito provável que você tenha tido ou esteja tendo um ataque de pânico. Procure um profissional da saúde mental.
Aspectos psíquicos e tratamento do Transtorno do Pânico
Cabe ressaltar que Freud foi o primeiro a descrever como ataque de angústia o que hoje entendemos como transtorno do pânico, em 1985, no seu texto “Sobre a justificativa para separar a neurastenia de uma determinada síndrome em qualidade de neurose de angústia “.
O estudo da angústia e do desamparo na Psicanálise, desde Freud até a Psicanálise contemporânea, nos traz conhecimento e métodos para lidar com a problemática do pânico, que tanto traz sofrimento e paralisia para quem a sofre.
Pela psiquiatria, tal transtorno foi descrito oficialmente em 1980, no Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM), assim como no Código Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), publicado pela Organização Mundial de Saúde.
No pânico, a pessoa fica com medo e desesperada em relação ao que sente e à maneira como, imaginariamente, isso pode afetá-la, mas tudo é vivido no real do corpo. Nas fobias, a pessoa sente medo em relação a um objeto externo, há um deslocamento (como mecanismo de defesa) de um medo interno para um objeto externo.
Embora a pessoa, num primeiro momento descreve o pânico como algo tão alheio a si, como um infarto ou mal-estar que não relaciona a nada, entendemos que há relação com questões internas ligadas a sua economia psíquica, como lida com seu desejo, suas relações e seu desamparo fundamental e o medo e/ou necessidade/medo de (in)dependência.
Dificuldades frente as ameaças de perdas de vínculos significativos, pressão excessiva por longo período, fragilidade nas identificações e em pensar e conter estados emocionais, rejeição à sentimentos de vulnerabilidade e aspectos ligados à dependência são questões importantes que os pacientes apresentam entre outras.
Todos nós humanos somos seres que temos força e vulnerabilidade.
Nascemos frágeis e em estado de dependência absoluta. Foi necessário ter alguém e um ambiente acolhedor para que no mínimo sobrevivêssemos e na melhor hipótese desenvolvêssemos nosso potencial de SER. Depois seguimos numa dependência durante o longo período da infância e adolescência.
Temos marcas desde período de dependência absoluta que pode ter sido mais ou menos bem sucedido.
Determinadas situações ou períodos na nossa vida nos coloca frente a angústias que podem não ser sentidas conscientemente justamente pela intensidade e força. De tal forma, que são suprimidas da consciência e aparecem através de sintomas como o transtorno do pânico.
Assim o pânico está associado à angústia da percepção do desamparo e da impossibilidade de tolerar essa condição de vulnerabilidade, porém a pessoa está alheia a esses sentidos e nomeação de sensações e sentimentos angustiados.
Enquanto psicanalista me ocupo da tarefa de através das sessões com a técnica da associações livre, escuta, acolhimento e conhecimento da psique humana caminhar junto ao paciente para conduzir este a se envolver na história do seu sofrimento, no que acontece com ele, quais os sentidos e significados dos seus sintomas. Rumo à liberdade e saúde psíquica.
Ana Amorim de Farias
Psicóloga e Psicanalista
Adultos e Casais