Por muito tempo, a
Psicanálise atribuiu sua ação terapêutica ao método cognitivo de tornar
consciente o inconsciente mediante interpretações. Como essa fórmula clássica
não dá conta das patologias narcísicas agora predominantes, a tendência atual é
privilegiar a reprodução no setting analítico das primeiras relações objetais
significativas, de modo a estabelecer um novo modelo de relação objetal.
Acredita-se que as patologias narcísicas derivam de falhas estruturais causadas
pela internalização de objetos que desempenharam a função materna
inadequadamente. A transferência enseja a replicação das primeiras relações
afetivas, permitindo ao analista empático emular a função materna de modo a
estabelecer um novo modelo de relação objetal. A internalização desse modelo
modifica o anterior, responsável por falhas estruturais. Essa ação afetiva
primordial é completada e consolidada secundariamente pelas interpretações. A
alteração psíquica assim concebida é compatível com a experiência
neurocientífica, segundo a qual relações afetivas modificam circuitos neurais.
SUMÁRIO DA OBRA
Parte 1. O mundo freudiano como afeto e representação
Capítulo 1. Quota de afeto e representação – Manifestações psíquicas do impulso
instintual (Trieb)
instintual (Trieb)
Capítulo 2. Onde a psicanálise atua – O objeto de mudança
Capítulo 3. Como a psicanálise atua – Fundamentos da ação terapêutica
Capítulo 4. A evolução da maneira de ver a ação terapêutica
Capítulo 5. O narcisismo e a chamada personalidade borderline – Um exame de
obscuridades conceituais à luz da metapsicologia freudiana
obscuridades conceituais à luz da metapsicologia freudiana
Parte
2. A ação terapêutica da psicanálise
2. A ação terapêutica da psicanálise
Capítulo 6. O afeto e a ação terapêutica – Novas perspectivas para a teoria da
técnica
técnica
Capítulo 7. O sonho como estado primordial da mente – A conduta analítica em
face do narcisismo primário revelado no sonho
face do narcisismo primário revelado no sonho
Capítulo 8. Sonho e psicose – Aspectos metapsicológicos e clínicos
Parte
3. Metapsicologia científica e o ser humano como unidade sociobiológica
3. Metapsicologia científica e o ser humano como unidade sociobiológica
Capítulo 9. Metapsicologia e consciência
Capítulo 10. O ego, o inconsciente e a consciência
Capítulo 11. Esclarecimentos finais.
Ana Amorim de Farias