Ainda são muitos os mitos que cercam a psicanálise, como a figura sisuda e calada do analista atrás do divã, que o processo é demorado e se estende por anos, que é caríssimo, que fica apenas focado no passado, que toda analista é freudiano e ainda que a psicanálise estaria ultrapassada. De forma objetiva e sintética vamos esclarecer e desmistificar estes mitos e preconceitos neste artigo.
Para começar, o divã não é uso obrigatório. O divã serve como um facilitador. O paciente numa posição deitada e relaxada, sem contato visual com o analista e em contato consigo mesmo, pode sentir maior facilidade em entrar em associação livre, ou seja, falar livremente o que vier à mente sem censura e sem preocupação com uma narrativa coerente e lógica. O processo passa pela fala e escuta entre analisando e analista. O psicanalista ouve para além das palavras ditas o que está oculto e codificado nas palavras, não apenas seu conteúdo. Contudo, muitos pacientes preferem o contato face a face e em muitos casos é o mais produtivo para aquela determinada pessoa. O que diferencia o processo é nossa escuta que considera o inconsciente presente na vida psíquica. A psicanálise compreende que nossos comportamentos, pensamentos e o que somos não são fruto apenas da consciência e tampouco de circuitos cerebrais.
O analista é uma presença viva e faz intervenções, a relação analista-paciente é motor do processo. A figura do analista calado é sisuda é um estereotipo.
Muitos hoje se nomeiam-se psicanalistas, sem terem uma formação sólida. Uma formação sólida deve passar por anos de estudos, supervisão clínica e a própria análise do analista. O que denominamos tripé essencial para a formação do analista. E, nossa formação segue por todo o tempo do nosso exercício profissional, pois como toda área de conhecimento a psicanalise tem atualizações importantes feitas por autores pós-freudianos e temos ainda o desenvolvimento de outras áreas como a psicologia, a neurociências que fazem intersecções com a psicanálise.
Após a criação da psicanálise por Sigmund Freud (1856-1939), a psicanálise continuou se desenvolvendo e importantes nomes evoluíram seus estudos e clínica, como Melaine Klein (1882-1960); D. W. Winnicott (1896-1971); W. R. Bion (1897-1979); Jacques Lacan (1901-1981) e André Green (1927-2012), entre outros.
Muitos analistas abrem a possibilidade de combinar valores acessíveis com seus pacientes, bem como muitos são também psicólogos e atendem e emitem recibo ou nota fiscal, o que permite reembolso pelos convênios médicos.
O tempo de duração da psicoterapia psicanalítica ou de uma análise depende da queixa daquele paciente, o que deseja transformar em si, nas suas relações interpessoais e com o ambiente que vive. E no caso a caso que este tempo se desenha, sendo que em muitos casos mudanças significativas são percebidas logo no início do trabalho.
A fala/escuta, a relação analista/analisando, o trabalho com o inconsciente e a história daquela pessoa, casal ou grupo vai a permitir a transformação do sofrimento em possibilidades de ser e estar no mundo desde outros lugares.
Ana Amorim de Farias
Psicóloga e Psicanalista
CRP 06/39859-9
Adultos e Casais
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